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autores de correntes de pensamento que contestavam - e ainda
contestam - este papel atribuído à Geografia, ou por aqueles outros
milhares que entendem e querem que seja este o paradigma central
do estudo geográfico. Mais na frente ele acrescenta com sabedoria
que, em troca do que recebe das outras ciências, a Geografia
contribui para o tesouro comum com sua aptidão em jamais
fragmentar o que a natureza reúne, com sua compreensão da
correspondência e da correlação dos fatos, seja no meio terrestre
global que os envolve, seja nos meios regionais onde eles se
localizam (cf. Curch, op. cit., p. 786).
Se o historiador valoriza a observação in loco da
paisagem - “pegar a estrada e comos próprios olhos inventariar
essa diversidade, as mudanças expressivas tanto do relevo,quanto
da vegetação, tanto do clima quanto da ocupação humana,
observar atentamente, assinalar as rupturas, ou seja, as zonas
fronteiriças; procurar a divergência, o contraste, pois cada sítio,
cada lugar particular, cada micropaisagem tem sua especificidade
[...] e cada uma delas tem o seu papel na vida social, econômica e
cultural... ” - conforme sublinha Femand Braudel (1989, p. 40-41),
qual deveria então ser a atitude do geógrafo?. La Blache, há um
século, respondia: “só com os livros faz-se apenas uma geografia
medíocre, com os mapas faz-se uma bem melhor, porém, só se faz
realmente uma boa geografia no campo, sobre o terreno das
observações” (cf. Church, id., ibid.).
As excursões geográficas, como exemplos de trabalho de
campo, foram até recentemente senão o principal, pelo menos um
dos principais métodos do conhecimento e da aprendizagem
geográficos. Embora se louve as facilidades oferecidas à pesquisa
pela revolução científica e tecnológica - fotos aéreas de boa
resolução espacial e em escalas grandes, a contribuição dos
sensores remotos e do geoprocessamento na obtenção e
tratamento de imagens e dados orbitais, acesso rápido à
informação via informática e agora banalizado pela Internet -, o
trabalho de campo, seja em meio urbano ou em meio rural, parece
dar mais autenticidade, mais sabor geográfico à pesquisa ou
mesmo a um simples estudo geográfico. Há uma coisa fundamental
para o pesquisador-geógrafo que tecnologia nenhuma é capaz de
suprir: o pulsar da vida, o calor humano, as relações simbióticas da
vida humana ou animal com o seu meio social ou natural que só o
trabalho de campo é capaz de revelar com mais clareza e fazer
sentir com mais intensidade. As cores e os odores, bons ou ruins,
da paisagem, da região, do lugar estudado - tudo isto é uma
questão de escala de análise e de observação -, a exceção que os