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humanista ou fenomenológica, que tem como preocupação maior
mostrar como o homem inscreve sua existência na Terra, uma
espécie de ‘ 'meditação sobre o destino dos indivíduos e dos grupos
humanos ”, conforme a define um dos seus maiores teóricos, Paul
Claval (pp. cit., p. 106); e certamente muitas outras, que de novo
aparecerão e... desaparecerão.
Entre idas e vindas, entre embates e ideologias
alimentadas por jogos e interesses dos mais diversos, as
tergiversações giram, portanto, em tomo de métodos, conceitos,
temas, ora dando-se ênfase ao lado físico, ora ao lado humano da
Geografia, ora privilegia-se o que é macro, ora o que é micro, ora
prega-se um retomo ao local, ora entroniza-se a RCT (Revolução
Científica e Tecnológica), ora se descobre a quinta dimensão do
espaço (o cotidiano, para Milton Santos), ora faz-se abstração dele,
agora parece ser a vez da globalização, ideia de um mundo sem
fronteiras, porém aberto somente a uns poucos - homens e países -
privilegiados. A verdade é que, nesse caldeirão ao fogo das
diferentes ideias e conceitos acerca do que é e para que serve a
Geografia, os diferentes condimentos aí adicionados mudam
apenas o gosto da “sopa”, porque os ingredientes básicos, os que
realmente dão substância ao corpo epistemológico da ciência
geográfica são sempre os mesmos: a natureza e os homens
construindo uma única e só totalidade, qualquer que seja o método
e/ou a linha de pensamento adotados no estudo.
Isto posto, pode-se, então, afirmar que em última instância
não há escola geográfica boa ou mim, mas apenas correntes de
pensamento que influenciaram esta ou aquela corrente geográfica
segundo as diferentes correntes político-ideológicas antagônicas.
As transformações porque o mundo passou recentemente - queda
de muros antes tidos como intransponíveis, uma certa
democratização quanto ao acesso à informação através da Internet;
quer queira, quer não, a nova reorientação dada às profissões pela
revolução científica e tecnológica em curso; as novas abordagens
de categorias como espaço, tempo, território, natureza, sociedade
e, sobretudo, a chegada da globalização com tudo o que ela tem,
para uns, de bom e, para outros, de ruim... - criaram uma nova
ordem mundial é verdade, mas não mudaram a essência da
Geografia como ciência. Aliás, há quem afirme - por não possuir um
corpo teórico-conceitual e metodológico próprio, por não dispor de
um thesaurus de palavras-chaves - que a Geografia não passa de
uma disciplina, mesmo que ela englobe o conhecimento científico
(cf. Boyé, M., 1974, p. 13). Simples querela, porque considerando-
se os três elementos que caracterizam uma ciência - um fenômeno