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Fiz a pergunta a respeito do banho vermelho porque temos na
região do rio das Velhas e um pouco além, uma cerâmica que pensava
coincidiria bastante com a Sapucaí, mas junto com os cacos de panelas
muito grossas e com urnas enormes temos também uma porcentagem
bastante grande de cacos extremamente finos, mais bem queimados:
são eles que têm o banho vermelho.
Ondemar F. Dias:
Isso também ocorre na tradição Sapucaí; mas o banho
vermelho não é so dos vasilhames pequenos. Voce encontra dos
grandes aos pequenos.
André Prous:
Tenho a impressão de que a unica diferença que tenho na
minha zona com relação à sua é essa especialização, de uma cerâmica
muito fina, de alguns milímetros de espessura, extremamente polida e
bem queimada e sistematicamente com banho vermelho.
Ondemar F, Dias:
Uma coisa interessante: não encontrei nunca a tradição
Sapucaí associada a sítio coberto. Tenho a tradição Una em sítios
cobertos e em sítios abertos, vendo-se que a tradição Una habitou tanto
campo aberto quanto caverna, ao passo que a tradição Sapucaí,
embora encontremos sítios perto de cavernas nunca entra na mesma.
Eles deveriam ter um certo respeito por cavernas.
André, ocorrem artefatos líticos lascados associados a seu
material?
André Prous:
Pouquíssimos.
Ondemar F. Dias:
Nessa área existe o machado semi-lunar. Nunca o encontrei
nos sítios que escavo, mas quando viro as costas, os colecionadores
vão lá e acham.
Tom O. Miller:
No Museu Câmara Cascudo há coisas com as quais não tenho
mexido, mas que Nassaro Nasser coletou. São cacos grandes e
extremamente grossos. Tem alguma semelhança com a tradição
Sapucaí?
Ondemar F. Dias:
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