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naturalmente na parte exterior. A parte exterior, avermelhada, vermelho
tijolo, muito aspera; a parte interior, preto brunido. A questão do
antiplástico está baseada numa diferente utilização e proporção de
areia. A areia eu não chamaria de antiplástico. Antiplástico é uma
substância de granulaçao irregular que faz com que a estrutura
escamosa da argila lubrifica da pela água, deixe de escorregar sobre si
mesma, fazendo com que, pela ação “antiplástica”, a peça não
desmorone pelo seu proprio peso, enquanto está sendo feita. Por outro
lado, a areia na pasta serve a uma outra finalidade que e perfeitamente
útil: faz com que o processo de encolhimento durante a secagem seja
retardado, fazendo com que não ocorra uma rede de fissuras na
superfície, enquanto interior ainda está molhado e inchado pela água.
Uma diferença na proporção de areia e o fato de que num caso a rocha
moída e quartzo hialino e na outra e quartzo leitoso não deve ser usada
sem mais nada para separar duas tradições. Pode ser meramente uma
questão de selecionar o tipo de quartzo; pode ser, mas se o material vai
ser moído de qualquer jeito, então não parece ter muito sentido e eu
respeito muito os índios, com os quais muito tenho trabalhado, pelo seu
bom senso. Areia como antiplástico nos conduz à segunda parte:
tratamento da superfície.
O tratamento da superfície na tradição Casa de Pedra e um
alisado, polido, ao passo que a superfície na tradição Itararé é áspera.
Se há uma proporção maior de areia na pasta, nenhuma quantidade de
polimento vai dar uma superfície bem alisada, nem brunida, e não me
parece que essas sejam variáveis independentes: uma coisa depende
da outra. Na tradição Casa de Pedra também há bastantes peças
ásperas com areia.
E a terceira, a questão das cores: a gama de cores é igual nas
duas tradições, tendendo mais para vermelho no caso de Itararé e mais
para escuro, marron pardo ou preto, no caso da tradição Casa de
Pedra. Partindo desse dado que pertence às duas tradições cerâmicas,
lancei hipoteses de que não se devia fazer tamanha distinção e que as
diferenças não são gráfico grandes. Seria interessante fazer um
levantamento da distribuição de cacos das duas tradições em espaço e
em tempo através da área na qual ela se encontra. Antes de publicar fui
conversar pessoalmente com professor Igor, porque é um assunto que
ele estava trabalhando e ele me disse que também tinha pensado muito
no assunto e que não se estava sentindo muito seguro nesse momento
se devia ou não manter separadas as duas tradições. Então vamos
considerar como uma hipótese ainda não derrotada, de que existe uma
única tradição cerâmica no planalto do Sul, desde o Rio Grande do Sul
até o centro de São Paulo, em áreas não adequadas para cultivos de
mandioca. Isso já tinha sido publicado, mas eu resumí porque parece
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