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Ondemar F.Dias:
Com essa discussão estamos começando a sentir melhor
esses grupos agricultores do leste brasileiro e podemos pensar num
nome abrangente que represente essa tradição.
Altair Sales Barbosa:
Há dois elementos que gostaria que Ondemar explicasse: se
há ocorrência de coadores e de formas conjugadas no material
estudado por sua equipe.
Ondemar F.Dias:
Nos temos aqueles fundos perfurados, mas nenhum esta
inteiro, de modo que de uma ideia do vasilha me completo. São peças
planas totalmente perfuradas. For mas conjugadas ou duplas não
temos; normalmente as formas dos nossos vasilhames são simples,
elípticas ou hiperbólicas. Na fase Unaí estão aparecendo um pouco
aquelas formas em ampulheta, um bojo menor sobre um maior.
Tambem na fase Piumhi as formas são bem redondas, a boca bem
constrita e a borda extrovertida; às vezes a borda e inclinada para o
interior. O normal da Piumhi seriam formas piriformes com a borda
extrovertida como se fosse vaso de transportar água.
Irmhild Wüst:
Em Goiás existe uma área bastante grande com esse tipo de
bases perfuradas; em geral essas bases perfuradas estão ligadas às
aldeias maiores. Acho importante verificar se esses coadores têm
alguma conotação econômica dentro desta grande tradição porque a
gente deve saber se esta grande tradição corresponde a uma
determinada atividade econômica. Talvez seria interessante saber até
que ponto voces acham esses coadores em sítios antigos da tradição
Una, se não na tradição Aratu.
Ondemar F. Dias:
Na Una não temos registro, só na tradição Sapucai.
Irmhild Wüst:
Então lanço um “procura-se” para os etnólogos, em busca de
uma correlação desses coadores com alguma transformação de
alimento.
Andre Prous:
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