Page 21 - OS-CULTIVADORES-DO-PLANALTO-E-DO-LITORAL
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Não vou responder a este “procura-se”; simplesmente oferecer
               uma informação ao Padre Schmitz, que está levantando este problema:
               este tipo de coador ainda está sendo fabricado no litoral de Iguape e
               Cananeia, por índios muito aculturados, em geral Guarani, o compram
               mas não sei para que uso. Eles o vendem para São Paulo; chamam-nos
               de “cuscuzeiros”. A parte perfurada não e uma base, mas uma chapa
               intermediária (ver figura).

               Tom O. Miller:
                           Encontrei fragmentos num sítio neo-brasileiro em Corumbataí,
               no  Estado  de  São  Paulo,  mas  presumi  que  era  para  macarrão;
               desconhecia a existência de exemplares pré-históricos.

               André Prous:
                           Eu  também.  Tiburtius  fala  na  fabricação  desse  tipo  de
               vasilhame no Paraná.

               Ondemar F. Dias:
                           Na tradição neo-brasileira também aparece bastante.

               Pedro Ignácio Schmitz:
                           Se  não  há  mais  informações  para  “coadores”  e  formas
               conjugadas  gostaria  de  estender  a  conversa  para  a  tradição  Una.  A
               tradição Aratu e Sapucaí tem vasilhames grandes e aldeias grandes; a
               tradição  Una  tem  aldeias  pequenas  nos  sítios  de  campo  aberto,  mas
               geralmente ela aparece em abrigos.

               Ondemar F. Dias:
                           Quando ela ocorre em campo aberto são aldeias bem menores
               que as da Sapucaí.


               Pedro Ignácio Schmitz:
                           Em Goiás temos esta cerâmica somente em abrigos, nunca em

               campo aberto.
                           Gostaria  de  ampliar  novamente  a  problemática.  Anteontem
               estivemos  conversando  a  respeito  da  formação  da  agricultura  no
               planalto brasileiro. Não sei quem levantou a ideia, que já vem vindo de
               outros  tempos,  de  que  os  Ge,  quer  dizer  os  grupos  do  cerrado  e
               caatinga  do  planalto,  teriam  formado  um  tipo  de  agricultura  ou  um
               sistema  agrícola  próprio,  diferente  do  desenvolvido  na  Amazônia.  Se
               refletirmos um pouco mais e nos locomovermos para o passado, talvez
               possamos perceber que ao menos um desses sistemas desenvolvidos
               por  grupos  planaltinos  em  áreas  de  cerrado  e  caatinga,  utilizando  a






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