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uma planta mexicana, que teria sido transportada para cá. Num recente
Congresso Nacional de Arqueologia Argentina, houve uma comunicação
de achados novos de milho, se não me engano no norte do Chile, onde
se esta pleiteando uma domesticação de milho: quer dizer, não seria um
milho importado pronto, mas talvez alguns elementos de milho que
foram domesticados ou continuados a domesticar numa área chilena,
num período razoavelmente mais antigo do que até ali se sabia.
Tom O. Miller:
Não conheço as últimas datas para o milho mas em formas
primitivas ele e muito antigo no México e lá tem formas ancestrais e
ainda a presença de polen em datas extremamente recuadas, nas quais
seria difícil encontrar agricultura, porque ainda estamos praticamente na
época paleo-indígena.
Ondemar F. Dias:
Embora ainda não tenhamos os dados completos, há duas
coisas interessantes: uma, devido ao fato de nos termos muito material
bem conservado nessas grutas, existe a possibilidade de encontrarmos
determina dos elementos que não conhecemos; é o que Miller estava
falando, de plantas locais e que poderão, pela repetição demonstrar que
eram realmente consumidas e talvez até domesticada em função de
necessidades locais. Outro e que as formas de milho de que nos
dispomos, são formas arcaicas, não plenamente desenvolvidas. É muito
cedo para especular a respeito; depois que tivermos toda a analise, é
provável até que essas formas pudessem ser importadas ou adquiridas
incompletamente desenvolvidas e houvesse também um processo local,
não de domesticação, mas de aperfeiçoamento, um aperfeiçoamento
contínuo pela experiência e seleção de espécies, das formas mais
aproveitáveis. Não quer dizer que se vai ter em Minas Gerais um foco
de domesticação, mas poderá ser um foco de especialização, de
melhoria da qualidade.
André Prous:
Há uma coisa que não sei como interpretar, talvez seja por
falta de conhecimento dos hábitos dos caboclos de um século atrás:
uma observação que fazemos sempre que chegamos perto de um sítio
arqueológico em abrigo-sob-rocha, é que a entrada do abrigo está cheia
de pequenos tomates e de fumo. Como os caboclos atuais não cultivam
nem fumo nem tomate, pelo menos nesses locais (em geral eles nem
chegam perto), estamos nos perguntando se não seriam as relíquias de
plantações muito mais antigas. Não sei se outras pessoas fizeram a
mesma experiência.
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